Nossa vida é uma constante busca pela santidade, o que implica portanto numa contínua luta com o inimigo de Deus e, seus dardos inflamados de maldades que tentam nos afastar a todo tempo do caminho e da graça do Senhor.
Em sua infinita bondade e misericórdia Deus Pai nos deixou uma arma poderosíssima contra o mal: a Bíblia, nós vencemos o maligno com a palavra de Deus. E o demônio por incrível que pareça tem um conhecimento muito grande da palavra, pois ele é um anjo expulso do céu por rebeldia ao Senhor, sendo assim ele conhece perfeitamente a palavra e os mandamentos do Pai. E onde ele mais trabalha e se movimenta para que não cumpramos os mandamentos de Deus, e não conheçamos as obras e ensinamento de Jesus para uma vida santa. E isso irmão nos é confirmado nas cartas de São Paulo aos Efésios 6, 16-17: "Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a palavra de Deus".
Por isso jovens é de suma importância fazermos diariamente a leitura da Bíblia, não somente ler, mas também orar a Palavra do Senhor, por meio da Lectio Divina.
Lectio Divina
1º Invocar o Espírito Santo
2º Leitura atente do texto bíblico
3º Examinar cada frase relacionando-a com textos paralelos
4º Interpretar à luz da tradição
5º Deixar a Palavra iluminar
O que é?
Os antigos monges da Igreja encontraram um método muito simples e eficaz de orar com a Bíblia, adaptado à vida de silêncio e intimidade com Deus que levavam. A tradição chamou tal método de “Lectio Divina”. Na verdade este método é a base de todos os outros que apareceram na história da espiritualidade, e continua sendo atual e eficaz, ainda que hoje há quem diga que o método tende a tornar mecânica a oração, demasiadamente metódico. Mas a Lectio não está superada.
Por Lectio Divina se entende uma leitura atenta e devota da Sagrada Escritura. O adjetivo “divina” é devido ao objeto da leitura: a Palavra de Deus. É uma leitura da Palavra feita num contexto de oração, para poder escutar aquilo que Deus quer nos dizer, para conhecer a sua vontade e viver melhor o discipulado.
A Lectio Divina deve nos levar a escavar, entrando sob a crosta do escrito, para descobrir aí o rosto de Deus. Não teorias, portanto, mas enamoramento. Quem pratica a Lectio, ensina Gregório Magno, pode chegar a atingir dois fins: a plenitude do livro ou a plenitude do Verbo. O primeiro diz respeito à compreensão da palavra escrita, enquanto que o segundo progride em direção à Palavra viva. “A oração não é um capricho do homem, mas é a vontade de Deus que a ela nos atrai, porque todo bom presente e todo dom vem do alto e desce do Pai da luz” (Tg. 1,17), sem o qual não podemos fazer nada, por isto é necessário que antes de iniciar a Lectio Divina devemos invocar o Espírito Santo, porque sem a sua ajuda, não é possível descobrir o sentido que a Palavra de Deus tem para nós hoje.
Os passos da Lectio
Guido II, Prior da Grande Cartuxa (1173-1180), descrevia o itinerário da Lectio Divina da seguinte maneira: « Procurai, lendo, e encontrareis, meditando; chamai, orando e abrir-se-vos-á pela contemplação». E, mediante bela metáfora, descreve as etapas da «Lectio Divina»: « A leitura ( da Bíblia) leva à boca o alimento sólido; a meditação corta-o e mastiga-o; a oração saboreia-o, a contemplação é doçura que alegra e recria».
1. INVOCATIO
Antes de abrir a Bíblia, ora ao Espírito Santo: recorda que a Palavra escrita no Espírito deve ser compreendida no Espírito.
2. LECTIO
Ler e reler com tranquilidade a página da Sagrada Escritura escolhida, sublinhando as palavras ou os elementos mais importantes (repetição de nomes, coisas, lugares) e perguntar-se: o que diz o texto em si mesmo?
3. MEDITATIO
É a fase do diálogo com o texto sagrado, perguntando-se: o que me diz o texto? É a fase em que se recolhe os textos paralelos ao texto escolhido, o momento de descobrir os valores e as mensagens espirituais da Palavra de Deus: é hora de saborear a Palavra de Deus e não apenas estudá-la. o (ruminatio).
5. COLLATIO
É a partilha da meditação, colocando em comum as verdades tocantes que o texto revelou a cada um, quando a lectio se faz em grupo. É um modo de conferir com os outros as etapas do nosso percurso espiritual.
6. ORATIO
Toda boa meditação desemboca naturalmente na oração. É o momento de responder a Deus após havê-lo escutado. Esta oração é um momento muito pessoal que diz respeito apenas à pessoa e Deus. É um diálogo pessoal! Não se preocupe em preparar palavras, fale o que vai no coração depois da meditação: se for louvor, louve; se for pedido de perdão, peça perdão; se for necessidade de maior clareza, peça a luz divina; se for cansaço e aridez, peça os dons da fé e esperança. Enfim, os momentos anteriores, se feitos com atenção e vontade, determinarão esta oração da qual nasce o compromisso de estar com Deus e fazer a sua vontade.
7. CONTEMPLATIO
Desta etapa a pessoa não é dona. É um momento que pertence a Deus e sua presença misteriosa, sim, mas sempre presença. É um momento no qual se permanece em silêncio diante de Deus. Se ele o conduzirá à contemplação, louvado seja Deus! Trata-se do momento em que se começa a ver o mundo e a vida com os olhos de Deus, assumindo a verdade dEle. Aparentemente, oração e contemplação, seriam uma mesma coisa. Situada na linha da oração, a contemplação indica todavia etapa diferente. Está num grau mais elevado. Exprime a meta da via espiritual, em que a criatura se une ao Criador.
8. OPERATIO
Depois do nosso discernimento sobre a realidade pessoal, eclesial e social segundo o ponto de vista de Deus, nasce um empenho concreto de vida para realizar-se na vida cotidiana: a ânsia e a alegria da evangelização, da missão e da promoção humana no território da nossa Igreja local, porque o contemplativo é um evangelizador que, depois da escuta da Palavra, como Maria, “com tanta ânsia, coloca-se em viagem”. Para os antigos a «lectio divina» culminava na contemplação do mistério de Deus, A meta da vida cristã consistia em viver angelicamente na presença de Deus!. A «lectio divina», processo cristão da leitura divina e escuta da Palavra, não pode fechar-se na interioridade. Deve levar à conversão, através do testemunho de vidas comprometidas ao serviço de Deus e dos outros (Lc. 10,28).
Fonte: http://www.carmelo.com.br
Desse modo jovens temos um convite/proposta para fazer a vocês, todos os dias a partir de hoje será postada a liturgia do dia para que vocês possam ter uma referência de palavra para fazerem a Lectio Divina.
Observações para um melhor entendimento:
Cores litúrgicas e seus significados:
ROXO:
É usado no Tempo do Advento e no Tempo Quaresmal.
O Roxo no Advento : O roxo no advento não significa penitência, mas um recolhimento, uma purificação da vida pela justiça e pela verdade, preparando os caminhos do Senhor.
O roxo vem acompanhado do sentido de um recolhimento que alimenta uma esperança.
O Roxo na Quaresma: Aqui o roxo se refere a uma profunda interiorização num tempo forte de penitência e conversão, de jejum e oração.
É também uma espera por um grande acontecimento, que nos convoca a uma preparação adequada.
ROSA:
É usado no Tempo do Advento.Em alguns lugares já se usa o rosa no Advento querendo realçar o sentido mais suave deste recolhimento.
BRANCO:
É usado no Natal, na Páscoa, nas Festas de Nossa Senhora e dos Santos que não foram mártires.
É a cor da pureza, da alegria.
É usado nos grandes momentos de festa celebrados pela Igreja.
VERDE:
É usado no Tempo Comum.
Cerca de 34 semanas formam o Tempo Comum do Ano Litúrgico, sempre começando com o Domingo.
Ele é interrompido pelo Ciclo do Natal e pelo Ciclo da Páscoa, ficando assim dividido em duas partes.
É tempo de ouvir, de acolher, de conhecer e de seguir Jesus. O verde é a cor da esperança.
VERMELHO:
É usado nas festas de Pentecostes, do Sagrado Coração de Jesus e dos Santos Mártires (mortos por causa da fé).
É a cor que lembra o fogo do Espírito santo e o sangue dos mártires.
É a cor que recorda um amor tão profundo que conduz à doação da própria vida.
DOURADO:
É usado nas grandes solenidades do Ano Litúrgico como Páscoa, Natal, Ordenações...Pouco usado hoje em dia.
É a cor das grandes solenidades e grandes festas litúrgicas.
Em muitos casos substitui as demais cores, assim como o branco.
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